18.1.08
Nasci - logo a meus pais custou dinheiro
o baptismo, que Deus nos dá de graça.
Tive uso de razão - perdi a graça -
dei-me ao rol - chegou a Páscoa - dei dinheiro.
Quis casar com uma moça - mais dinheiro.
Brinquei com ela - não brinquei de graça:
que aos nove meses me custou a graça
para o Mergulhador capa e dinheiro.
Morreu minha mulher - não lhe achei graça
e menos graça no arbitral dinheiro
da oferta: o prior não vai de graça.
Se o ser cristão requer sempre dinheiro,
como cumprem com dar graças de graça
os que as graças nos vendem por dinheiro?.
Soneto de Filinto Elísio
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