5.4.15


Pela década de setenta residia eu na Figueira da Foz, sendo frequentador assíduo do Festival de Cinema que anualmente ali se realizava em princípios de Setembro em três salas do Casino. Recordo que pelo fim dessa década foi ali apresentado o último filme que Manoel Oliveira fizera, "Amor de Perdição", com a presença do realizador.
Havia filmes a serem exibidos em simultâneo nas diferentes salas, obrigando os festivaleiros a opções difíceis, pois a escolha de um seria perder os que em simultâneo se exibiam. O "zapping" de um filme para outro era vulgar, saindo de uma sala para entrar noutra.
Ao fim de dez minutos de "Amor de Perdição", eu que lera o livro de Camilo, algo me fez levantar para ir ver outro filme. À saída da sala estava Manoel de Oliveira que me mandou um olhar fulminante.
Um ou dois anos mais tarde em Paris, levei uns amigos parisienses à Casa de Portugal naquela cidade, onde era exibido o filme "Acto de Primavera" de Manoel de Oliveira. Talvez porque faltasse tradução, os franceses enfastiaram-se e saímos antes do fim.
Não obstante, os filmes de Oliveira foram premiados nos festivais de Cannes, Veneza, Tóquio, Munique, Lucarno e Berlim.
Manoel de Oliveira foi também campeão de salto à vara em 1929 e 1931, batendo o record nacional com 3,35 metros.

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