Guimarães 0-2 Porto |
Coirato em directo, às 20:00.
Gostamos de comboios. É, de longe, o meio de transporte que mais apreciamos. Demora mais que o avião, mas podemos circular por aqueles corredores com janelas onde as paisagens desfilam, ou sem preocupações com o trânsito dentro de uma lata a que chamam automóvel. Quando em 2010 o governo da altura adjudicou a obra do TGV, exultamos por saber que finalmente nos iríamos ligar à Europa num tipo de comboio que atravessa em alta velocidade Espanha, França, Alemanha, Itália e Suiça. Passados dois anos, entra um novo governo em cena e decide cancelar a obra. O Estado foi agora condenado a pagar uma choruda indemnização de 150 milhões. Quem é que vai pagar isso? Não são os senhores do governo que tomaram essa decisão, somos todos nós pagadores de impostos. Além de ficarmos sem o TGV, ainda temos de pagar para o não ter. |
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Galinha Coradinha O consumo massificado do frango tem relegado a galinha para uma secundarização no contacto com os tachos. Fiéis ao que é bom, aqui lhe deixamos um bom cozinhado desse bichinho cacarejante. A carne da galinha não tem as tenruras do frango, exigindo uma cozedura prévia, que pode demorar uma hora. Em água e sal. Vá esmagando uns alhos em sal com um nico de azeite e colorau, até formar uma pasta. Cozida a galinha, corte-a em pedaços grandes e barre-os com a pasta. Entretanto, numa frigideira grande, com um pouco de azeite, aloire batatinhas e cebolinhas com uns cubos de bacon, temperando com sal. Numa assadeira de ir ao forno, coloque os pedaços de galinha, com as batatas, cebolinhas e bacon à volta. Regue tudo com um pouco de vinho branco e por fim, salpique o frango com uma cálice de vinho do Porto. Leve ao forno durante uns 40 minutos, vigiando para não deixar queimar. Um duriense tinto da Quinta do Vallado honrou a galinha. Bom proveito. |
Durão Barroso, ele mesmo, ex-presidente da Comissão Europeia, aceitou o cargo de "chairman" da Goldman Sachs, o que desencadeou uma enorme vaga de críticas. O Goldman Sachs é o responsável pelas crises da CEE no tempo de Barroso e agora ele vai para lá! Da direita ouve-se Mário Borghezio da Liga Norte italiana: "Não se trata de um banal conflito de interesses mas de um facto que se arrisca a tornar ainda mais impopular a construção europeia e a desacreditar as suas instituições". Pela esquerda diz Sven Giegold dos Verdes alemães: "Miserável promiscuidade entre a política e os negócios". Quando em 2002 o povo português elegeu Barroso para PM, colocou-o num degrau que o ajudou a chegar onde agora está, no topo do poder económico mundial. Falta saber o que o povo português ganha com isso. |
"Santos da casa não fazem milagres", mas este fez. Fernando Santos é um homem de fé, inteligente e metódico, com uma grande capacidade de análise que a sua formação técnica lhe deu. O engenheiro Santos, apesar do seu ar tristonho e tics no pescoço, é de um enorme pragmatismo e acredita no que faz, mesmo que tenha de acariciar um crucifixo no bolso. Logo aos 8' da final de domingo, Ronaldo é anulado com uma dura carga de Payet, sendo substituído minutos depois. Se os franceses julgaram que após a saída de Ronaldo era trigo limpo, enganaram-se, porque ali havia ainda uma equipa de Fernando Santos. A equação do engenheiro tomou forma aos 79' quando retira a jovem estrelinha do torneio Renato Sanches, para meter um emigrante português em França, nascido na Guiné com trabalho em Lille, na equipa de futebol local. Éderzito, no seu jeito desengonçado mas percebendo muito bem os franceses, que deitavam os bofes pela boca, remata rasteiro rasando o poste aos 109' e dá a vitória aos "portugais". Raymond Domenech "Le Boucher" (o carniceiro), antigo e duro internacional francês, disse para a imprensa no início do Euro16: "Com Portugal na final, a França já ganhou"! A diferença é que um campo de futebol não é um talho. Eliminaram o solista Cristiano, mas a orquestra ficou lá, sob a batuta do maestro Fernando Santos. |
O responsável pela arbitragem da UEFA é o senhor Pierluigi Collina. É ele que escolhe os árbitros do Euro16. Não escolheu árbitros portugueses e fez muito bem. |