Mort�gua Filho de ferrovi�rio, admirava no meu pai um cart�o que tinha e lhe permitia andar a p� na linha do comboio. Como n�o tinha carro, por ter comboio � borla, quando tinha de ir a p�, preferia sempre ir pela linha do comboio, que dizia ser mais perto. Habituei-me desde crian�a a andar sobre um carril sem cair, ou a regular a passada pelas travessas que suportam os carris. Certa vez, levou-me com ele � abertura de um pipo, perto de Mort�gua. Mor�vamos na Esta��o e fomos a p� pela linha, naturalmente. Naquela idade eu n�o bebia vinho, mas apreciava toda aquela liturgia, � volta da abertura de um pipo para provar o vinho. Vinho D�o. O problema foi o regresso. Noite cerrada, com o meu pai b�bado que nem um cacho, caminhando por um estreito carreiro ao lado da linha dos comboios, foi dram�tico. Sempre que passava um comboio, a desloca��o do ar era tal, que puxava o meu pai para o comboio, como se ele quisesse subir em andamento, deixando-me ali sozinho. Agora que sou adulto, gosto muito de comboios e aprecio o vinho D�o. Andar a p� pela linha � que nunca mais. Nem com cart�o.
PoiZ�
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