10.6.03
Corre sem vela e sem leme
o tempo desordenado,
dum grande vento levado;
o que perigo n�o teme
� de pouco exprimentado.
As r�deas trazem na m�o
os que r�deas n�o tiveram:
vendo quando mal fizeram
a cobi�a e ambi��o
disfar�ados se acolheram.
A nau que se vai perder
destrue mil esperan�as;
vejo o mau que vem a ter;
vejo perigos correr
quem n�o cuida que h� mudan�as.
Os que nunca sem sela andaram
na sela postos se v�m:
de fazer mal n�o deixaram;
de dem�nio h�bito t�m
os que o justo profanaram.
Que poder� vir a ser
o mal nunca refreado?
Anda, por certo, enganado
aquele que quer valer,
levando o caminho errado.
� para os bons confus�o
ver que os maus prevaleceram;
posto que se detiveram
com esta simula��o,
sempre castigos tiveram.
N�o porque governe o leme
em mar envolto e turbado,
quem tem seu rumo mudado,
se perece, grita e geme
em tempo desordenado.
Terem justo galard�o
e dor dos que mereceram,
sempre castigos tiveram
sem nenh�a reden��o,
posto que se detiveram.
Na tormenta, se vier,
desespere na bonan�a
quem manhas n�o sabe ter.
Sem que lhe valha gemer
ver� falsar a balan�a.
Os que nunca trabalharam,
tendo o que lhes n�o conv�m,
se ao inocente enganaram
perder�o o eterno bem
se do mal n�o se apartaram.
LUIZ VAZ
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