10.8.09

Calhou certa vez entrar num restaurante na rua dos Congregados no Porto.
As mesas estavam todas ocupadas, mas o empregado conduziu-me a uma mesa de quatro lugares, onde estava apenas um cliente. Pedida autorização, sentei-me à mesa. O cliente era... Raúl Solnado.
Ele estava a comer bacalhau e bacalhau eu pedi.
A conversa saiu fácil, espontânea. Ele estava no Sá da Bandeira, já não recordo a fazer o quê.
Depois, fomos conversando de qualquer coisa, entre mastigadelas e gargalhadas.
Coisas sem história. Apenas um almoço.
Nunca o vi trabalhar ao vivo, e na televisão só de raspão. Conhecia-o do cinema.
O filme Dom Roberto, de Ernesto de Sousa, é uma das obras fundadoras do Novo Cinema português, em que se fundem tendências do neo-realismo e da Nouvelle Vague.
Com poemas de Alexandre O'Neill, o filme narra a história de um artista de fantoches, ambulante, interpretado por Raul Solnado.
O filme teve uma Menção Honrosa no Festival de Cannes de 1963.

Sem comentários: