13.8.09

Tenho dó das estrelas
Luzindo há tanto tempo,
Há tanto tempo...
Tenho dó delas.

Não haverá um cansaço
Das coisas,
De todas as coisas,
Como duma perna ou dum braço?

De um cansaço de existir,
De ser,
Só de ser,
O ser triste, brilhar ou sorrir...

Não haverá, enfim,
Para as coisas que são,
Não a morte, mas sim
Uma outra espécie de fim,
Ou uma grande razão-
Qualquer coisa assim
Como um perdão?


Poema de Fernando Pessoa.

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