14.12.05
Minha mulher, a solid�o,
Consegue que eu n�o seja triste.
Ah, que bom � o cora��o
Ter este bem que n�o existe!
Recolho a n�o ouvir ningu�m,
N�o sofro o insulto de um carinho
E falo alto sem que haja algu�m:
Nascem-me os versos do caminho.
Senhor, se h� bem que o c�u conceda
Submisso � opress�o do fado,
D�-me eu ser s� - veste de seda -
E fala s� - leque animado.
Fernando Pessoa.
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