Calhou certa vez entrar num restaurante na rua dos Congregados no Porto. As mesas estavam todas ocupadas, mas o empregado conduziu-me a uma mesa de quatro lugares, onde estava apenas um cliente. Pedida autorização, sentei-me à mesa. O cliente era... Raúl Solnado. Ele estava a comer bacalhau e bacalhau eu pedi. A conversa saiu fácil, espontânea. Ele estava no Sá da Bandeira, já não recordo a fazer o quê. Depois, fomos conversando de qualquer coisa, entre mastigadelas e gargalhadas. Coisas sem história. Apenas um almoço. Nunca o vi trabalhar ao vivo, e na televisão só de raspão. Conhecia-o do cinema. O filme Dom Roberto, de Ernesto de Sousa, é uma das obras fundadoras do Novo Cinema português, em que se fundem tendências do neo-realismo e da Nouvelle Vague. Com poemas de Alexandre O'Neill, o filme narra a história de um artista de fantoches, ambulante, interpretado por Raul Solnado. O filme teve uma Menção Honrosa no Festival de Cannes de 1963. |
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